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Primeiro Conde de Anadia (1755-1809)

Conde de Anadia é um título nobiliárquico criado por D. João, Príncipe Regente de D. Maria I de Portugal, por Decreto de 17 de dezembro de 1808, em favor de João Rodrigues de Sá e Melo Menezes Souto Maior, antes 1.º Visconde de Anadia.

O 1.º Conde d´Anadia nasceu em 11 de novembro de 1755, em Aveiro. Filho de Aires de Sá e Melo, diplomata, secretário de Estado adjunto do marquês de Pombal e secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Casou-se com Maria Antónia de Carvalho Cortez de Vasconcelos, filha de Manuel António Cortez de Vasconcelos, fidalgo da Casa Real e senhor do Morgado de Santa Eufémia.

Foi ministro plenipotenciário em Berlim e sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa. Desempenhou em Portugal as funções de moço-fidalgo com exercício no Paço, fidalgo-escudeiro, senhor donatário da vila de Anadia, comendador de São Paulo de Maçãs, alcaide-mor de Campo Maior e membro do Conselho da Fazenda. Em 1801 é nomeado para o cargo de Ministro da Marinha e do Ultramar:

“Tendo consideração ás qualidades, merecimentos e serviços que concorrem na pessoa do Visconde de Anadia: hei por bem nomeá-lo ministro e secretario de estado dos negócios da marinha e domínios ultramarinos. O concelho ultramarino o tenha assim entendido. Palácio de Queluz, em 6 de Janeiro de 1801. Com a rubrica do príncipe nosso senhor”.

A preparação da esquadra para transportar a Família Real para o Brasil, em finais de 1807, foi guarnecida de uma forma célere por João Rodrigues de Sá. Esta esquadra transportaria os civis e militares, seria constituída por cerca de 30 navios de acordo com os ingleses.

Em 29 de setembro de 1807, o Visconde de Anadia comunicava ao Príncipe Regente estarem prontas para se fazerem de vela, quando ordenado, as naus Afonso de Albuquerque e D. João de Castro, a fragata Urânia e o brigue Voador, que seriam objeto de uma última e pessoal inspeção para que, se lhes faltasse algo, “ser logo tudo providenciado”. O Ministro da Marinha passava a comparecer sempre à Ribeira, providenciando o aprestamento das naus com o pessoal da Intendência, Fazenda e Armada.

No final de novembro de 1807 transferiu-se com a família real para o Brasil, onde foi nomeado Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos.

Em 10 de junho de 1808, o príncipe regente D. João, emitia a partir do Rio de Janeiro, uma declaração de guerra a França.

“Havendo o Imperador dos Franceses invadido meus Estados de Portugal de uma maneira a mais aleivosa, e contra os Tratados subsistentes entre as duas Coroas, principalmente assim sem a menor provocação as suas hostilidades e declaração de guerra contra a minha Coroa, convém à dignidade dela e a Ordem que ocupo entre as Potências declarar semelhantemente a guerra ao referido Imperador, e aos seus vassalos, e portanto ordeno que por mar, e por terra se lhes façam todas as possíveis hostilidades, autorizando o corso, e armamento, aqueles meus vassalos queiram propor-se contra a Nação Francesa, declarando, que todas as tomadas, e presas, qualquer que seja a sua qualidade, serão completamente dos apresadores, sem dedução alguma em benefício da minha Real Fazenda. A Mesa do Desembargo do Paço o tenha assim entendido, e o faça publicar, remetendo este por cópia às Estações competentes, afixando-o por editais. Palácio do Rio de Janeiro em dez de junho de mil oitocentos e oito, com a rubrica do Príncipe Regente Nosso Senhor.”

Como a guerra não poderia ser levada a cabo no território europeu, o alvo português virou-se para as colónias francesas na América. João Rodrigues de Sá e Menezes, no comando da pasta naval, ordenou a conquista de Caiena, capital da Guiana Francesa em 1808, um dos maiores feitos militares de D. João VI. A administração do 1º Conde de Anadia foi caracterizada pela criação do cargo privativo de Almirante-General da Armada e ainda pela transposição, para o Brasil, de algumas repartições navais portuguesas, tais como o Quartel General da Marinha, a Academia Real dos Guardas-Marinha e a Brigada Real de Marinha.

Morreu em dezembro de 1809 e foi sepultado no convento de Santo António, no Rio de Janeiro.
A sua memória permanece no Palácio Anadia, sob a forma de um magnífico quadro assinado por Domenico Pellegrini, na Sala de Baile.

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